Alimentação intuitiva: o que é e suas vantagens

Foto de três amigos sentados à mesa para almoçar, e brindando com copos de cerveja na mãos. Ideia de alimentação intuitiva
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Por Redação Foz

Desde o surgimento da comida industrializada, a relação com os alimentos mudou de forma drástica. E parece que para pior. Comer deixou de ser uma necessidade simples e natural para se transformar em uma fonte de problemas de saúde — e de soluções pouco eficazes na mesma proporção, como dietas, por exemplo. A alimentação intuitiva é a retomada das escolhas alimentares com base apenas no que o corpo pede.

Na prática, significa rejeitar padrões e imposições externas que ditam o que, quanto e como comer, e passar a escutar o corpo para descobrir suas reais vontades e necessidades. “A alimentação intuitiva reconecta você com seu corpo, e permite que os alimentos sejam desfrutados sem culpa. É também conhecida como a dieta sem dieta”, explica Joana Amaral, especialista em nutrição e alimentação intuitiva.

Alimentação intuitiva sugere equilíbrio

Embora não seja uma novidade — foi apresentada pela primeira vez em 1995 pelas nutricionistas americanas Evelyn Tribole e Elyse Resch, por meio do livro Intuitive Eating — a alimentação intuitiva ainda é mal compreendida algumas vezes. Muitos acreditam, por exemplo, que adotá-la significa comer tudo o que quiser, sem limites, e desconsiderar os hábitos tidos como saudáveis pelo senso comum.

Ainda que não esteja baseada em restrições, a alimentação intuitiva pressupõe equilíbrio; harmonia entre comida e corpo. Não há espaço, portanto, para excessos alimentares, sejam quais forem. Trata-se de ouvir e responder às necessidades fisiológicas sem abrir mão do bem-estar emocional, evitando tanto a privação quanto o exagero. E, por tabela, se livrar do ciclo crônico de dietas e das regras que impõe.

Relação saudável

Segundo um estudo disponível na National Library of Medicine, a maioria das pessoas que aprendeu a comer de maneira intuitiva desenvolveu uma relação mais saudável com a comida, alcançando e mantendo o peso ideal, e tendo menos ansiedade. Por outro lado, “a restrição alimentar (ou dieta) limita o sucesso para o controle de peso a longo prazo, e pode contribuir para o aumento da compulsão alimentar”, cita o estudo.

Fotos Arthur Hidden / Freepik e Freepik
Imagem 1 mostra mulher jovem branca comendo um pedaço de bolo de chocolate; e imagem 2 exibe homens e mulheres jovens participando de uma aula de dança
Comer com equilíbrio e se movimentar

Princípios alimentares

Em vez de regras, a alimentação intuitiva se baseia em princípios. E, de acordo com um artigo publicado na Food Insight, tem dois focos principais: ⅰ) voltar a sintonizar a fome, a plenitude e a satisfação com os sinais do corpo; e ⅱ) remover os obstáculos que podem impedir que se ouça o corpo — geralmente padrões alimentares externos e pensamentos rígidos sobre comer. Abaixo, alguns princípios.

Reconhecer a fome

Responder apenas aos sinais naturais de fome é a chave para prevenir excessos alimentares. Não reconhecê-los pode levar a episódios de compulsão, tornando difícil respeitar a saciedade e manter uma relação saudável com a comida.

Fazer as pazes com a comida

Abandonar a mentalidade de dieta e se alimentar sem culpa ou restrições — a não ser por razões médicas — é essencial. Significa se permitir comer de forma equilibrada, sem dividir os alimentos em “bons” ou “ruins”, desenvolvendo assim uma relação mais positiva e livre com a alimentação.

Respeitar a saciedade

Ouvir os sinais do corpo que indicam quando é o momento de parar de comer é crucial para evitar excessos e promover o equilíbrio. Na prática, significa comer de forma atenta e consciente, observando a si mesmo como se sente durante e após a refeição — e, sobretudo, obedecer ao corpo quando ele sinalizar que está satisfeito.

Descobrir a sensação de satisfação

Comer deve ser uma experiência prazerosa e completa. Portanto, deve-se escolher alimentos que atendam não só às necessidades físicas, mas também ao paladar; e, de preferência, comer em um ambiente tranquilo, dando atenção ao momento. É quando de fato a refeição se torna satisfatória, emocional e fisicamente.

Reconhecer sentimentos

Reconhecer e lidar com as emoções sem recorrer à comida de forma automática é a base da alimentação intuitiva. Identificar o que está por trás de sentimentos como estresse, tristeza ou tédio permite buscar soluções mais adequadas, em vez de usar a comida como válvula de escape.

Aceitar o corpo

Aceitar e valorizar o corpo como ele é hoje, sejam quais forem os padrões externos, é essencial para construir uma relação saudável com a alimentação. Portanto, deve-se evitar comparações, confiar nas necessidades individuais e reconhecer que saúde e bem-estar vão além de aparências ou números na balança. Até porque, entrar em forma leva tempo.

Movimentar-se para atender ao corpo

A ideia é focar nos benefícios que o movimento traz para o corpo e a mente, em vez de usá-lo para queimar calorias ou alcançar objetivos estéticos. Escolher atividades que proporcionem prazer e bem-estar torna a prática mais sustentável e alinhada às necessidades e desejos individuais. Existem inúmeras opções de exercício. Com ajuda especializada, é fácil encontrar a que melhor se adéqua ao estilo de cada um.

Alimentação intuitiva não é dieta

Como não é uma dieta, a alimentação intuitiva não envolve prazos — e sim consciência, equilíbrio e harmonia ao se alimentar. Trata-se de estabelecer (ou restabelecer) uma relação natural e saudável com a comida, baseada em respeito ao corpo, e não em regras e restrições. Por fim, abraçá-la implica livrar-se de padrões alimentícios preestabelecidos, mas não de buscar orientação adequada, se necessário.

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