Cartão de crédito sai caro quando certos erros não são evitados

Close-up de um cartão de crédito
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Por Redação Foz

Embora seja tratado como aliado da praticidade, o cartão de crédito costuma se transformar em inimigo do orçamento quando usado sem critério. É nos descuidos mais banais — não nas grandes decisões — que a fatura se torna impagável. E o custo vai além do financeiro: desorganização, ansiedade e perda de controle fazem parte do pacote. Portanto, nenhuma vantagem que ofereça compensa usá-lo sem pensar.

Cartão de crédito ilude

De acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mais de 69 milhões de brasileiros estavam inadimplentes em março de 2025, com os bancos concentrando 66,74% das dívidas, boa parte delas ligadas ao uso do cartão. A falsa impressão de poder de compra que ele oferece contribui diretamente para o quadro, ao estimular hábitos de consumo incompatíveis com a renda real.

A confusão entre limite disponível e dinheiro próprio está na raiz de muitas armadilhas. Ao tratar o cartão como uma renda extra — e não como um meio de pagamento —, o consumidor se expõe a decisões impulsivas. Compras parceladas se acumulam, o controle se perde, e o que parecia acessível se transforma em dívida difícil de contornar. E de facilitador, o cartão vira um convite constante ao desequilíbrio.

Pagar o mínimo custa alto

Fazer o pagamento mínimo da fatura é um dos erros mais custosos. Ao agir assim, o consumidor entra no chamado crédito rotativo, que tem a maior taxa de juros do país. Em março de 2025, superava os 430% ao ano, conforme dados do Banco Central. Na prática, o não pagamento do saldo devedor pode dobrar uma dívida de R$ 1 mil em menos de seis meses. A quitação parcial, portanto, só alimenta o endividamento.

O parcelamento sucessivo de compras é outro hábito perigoso. Quando se usa o cartão para financiar diversos itens ao mesmo tempo — sem critério ou planejamento —, as parcelas se sobrepõem e criam um efeito bola de neve. O vencimento de uma fatura se mistura à seguinte, e os juros compostos entram em cena, encarecendo o custo final de cada produto. Em pouco tempo, a cada início de mês o orçamento já estará comprometido.

Fotos Freepik
Imagens de duas mulheres: uma segurando o cartão de crédito e fazendo anotações de controle financeiro; e outra aparentemente estressada com as dívidas sentada diante do computador.
Fatura sob controle evita estresse

Cartão de crédito pune desatenção

A negligência com prazos também pesa. Atrasos no pagamento resultam não apenas em multas e encargos, mas também na negativação do nome. “O consumidor muitas vezes perde o controle da dívida por desatenção com datas e valores. E isso afeta diretamente sua capacidade de crédito no mercado”, observa Myrian Lund, planejadora financeira certificada pela Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar).

Quando benefício vira armadilha

Há ainda quem justifique gastos excessivos com a promessa de vantagens. Consumidores usam com frequência milhas, cashback e programas de pontos como justificativa para consumir mais. O problema é quando os benefícios se tornam argumento para compras que não aconteceriam se não houvesse a suposta “vantagem”. Ou seja, gasta-se para ganhar, mesmo quando não há o que ganhar — a não ser dívida.

A multiplicação de cartões de crédito também contribui para a perda de controle. Ter dois ou três pode ser estratégico, desde que haja organização rigorosa. Caso contrário, a soma de limites aumenta a exposição ao risco. Ainda por cima, o acúmulo de dívidas em diferentes cartões pode comprometer a pontuação de crédito da Serasa, reduzindo a chance de conseguir financiamentos no futuro.

O custo invisível das dívidas

O impacto dos erros, contudo, não se resume ao saldo bancário. O peso da dívida constante impacta a capacidade de poupar, de investir e até de planejar. Não por acaso, o estresse financeiro tem sido apontado como um dos fatores que mais afetam a saúde mental em contextos urbanos, segundo artigo publicado no Portal do Investidor do Governo Federal. Insegurança e culpa estão entre as emoções recorrentes.

No centro de todos os problemas, porém, está a falta de estratégia. O cartão de crédito, em si, não é o vilão — mas sim o modo como é utilizado. “É uma ferramenta que exige saber por que se está usando, qual será o custo real e como esse pagamento se encaixa no orçamento”, explica Myrian, que dá uma dica simples: só usar o cartão quando o valor integral puder ser pago no mês seguinte.

Cartão de crédito deve ser um aliado

A conclusão é direta: cartão de crédito sai caro quando os erros citados acima não são evitados. Não se trata de abrir mão de usá-lo, mas de abandonar a ideia de que ele resolve problemas. Organização, consciência e informação ainda são os únicos caminhos viáveis para manter a vida financeira no azul — com ou sem cartão. Sem tais fundamentos, o que é para ser um aliado se transforma em criador de dívidas.

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