Redação Foz
Embora naturais, relacionamentos — românticos ou não — são sempre desafiadores. Influenciados por muitas variáveis comportamentais, têm consequências imprevisíveis. Isto é, podem resultar em conexões boas ou prejudiciais. E ambas causam efeito distinto no bem-estar físico e mental, segundo um estudo publicado na revista digital da Associação Americana de Sociologia.
Portanto, relacionamentos exigem atenção. Torná-los saudáveis não ocorre por acaso. Requer dedicação mútua para que prosperem. E adotar certos padrões de comportamento é fundamental. Por exemplo, ser capaz de lidar com conflitos de maneira construtiva; respeitar os limites individuais; e conversar abertamente. Não segui-los costuma dar origem a relações estressantes ou tóxicas.
Relacionamento e virtudes
Algumas virtudes também são importantes para a construção de relações sadias. Ser confiável é uma delas. “A confiança é importante porque permite àquele que está vulnerável se abrir para o outro sem precisar se proteger”, afirma Sabrina Romanoff, psicóloga clínica e professora da Universidade Yeshiva. Duas pessoas, portanto, que confiam uma na outra são mais propensas a ter um relacionamento forte.
Além de confiança, relações sólidas têm ainda como base o respeito recíproco. Na prática, significa prestar atenção ao que o outro está dizendo, sem interromper ou julgar; não tentar impor uma opinião em detrimento de outra; e respeitar a privacidade, o tempo e as necessidades emocionais mútuas — atitudes cruciais para construir vínculos interpessoais fortes. Abaixo, outras condições desejáveis.
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Confiança é a base
Regras para bons relacionamentos
Honestidade — Se confiança e respeito são a base de um relacionamento — romântico, social ou profissional —, a honestidade é a fundação que a sustenta. Não há relação interpessoal que sobreviva à falta de integridade.
Serenidade — Nenhum relacionamento é perfeito — e nem precisa ser totalmente. Diferenças são normais; não existem pessoas iguais. É natural, portanto, que haja conflitos de vez em quando. Resolvê-los com serenidade, porém, é o que distingue as relações saudáveis e as fortalece. Ademais, o uso do bom-senso — em vez de insultos — na busca pela solução de atritos demonstra maturidade emocional.
Sinceridade — Em relacionamentos conjugais, a comunicação inadequada — não apenas verbal, mas também expressões faciais, linguagem corporal e até mesmo o silêncio — causa mais separação do que o estresse, revela um artigo publicado no Jornal de Psicologia da Família, da Associação Americana de Psicologia. Mas, de forma geral, conversas sinceras e abertas são essenciais para a construção de relações duradouras.
Autenticidade — É possível ser quem se é nos relacionamentos? Se a resposta é sim, ótimo. Sempre que as pessoas podem ser quem são de verdade, isto é, autênticas, e mesmo assim se apreciarem, a chance de o vínculo ser saudável é grande. E a probabilidade aumenta muito quando não se cobra que o outro abra mão de amigos ou familiares por causa da relação.
Reciprocidade — Relações amorosas nas quais a atração física é recíproca — e ainda por cima há abertura para expressar preferências e desejos sexuais — são bem mais propensas a ser felizes.
Relacionamento não saudável
Reconhecer os sinais de uma relação nociva é mais do que necessário. É uma questão de saúde. As consequências emocionais e psicológicas decorrentes de comportamentos abusivos podem ser graves. Portanto, relacionamentos nos quais há crítica constante, sarcasmo, insultos, humilhações, intimidações e agressões são injustificáveis sob quaisquer pretextos. Abaixo, mais exemplos.
Quando romper uma relação
Falas manipuladoras — O uso da comunicação como meio de controle e manipulação é uma característica das relações prejudiciais. Distorcer fatos e omitir informações ou detalhes importantes são algumas das artimanhas utilizadas.
Atitude controladora — Relacionamentos em que uma das partes exerce domínio sobre a outra costumam ser nocivos. O controle pode ser emocional, financeiro ou até mesmo social, e se manifesta por meio de ciúme exagerado ou tentativa de isolar o(a) parceiro(a) de amigos e familiares, entre outras atitudes.
Conflito e reconciliação — Relações ruins costumam seguir um padrão periódico de conflito intenso e reconciliação. São destemperos, acusações e comportamentos agressivos seguidos por pedidos de desculpas e promessas de mudança que raramente são cumpridas. Um ciclo emocional exaustivo e confuso para os envolvidos, que dificulta a saída da relação.
Manipulação Emocional — Consiste em usar a culpa para controlar ou influenciar o comportamento e as ações do outro.
Falta de suporte — Ocorre quando a compreensão dos sentimentos e das necessidades de uma das partes é constantemente ignorada ou minimizada, criando a sensação de solidão dentro do relacionamento.
Abusos — Além de abusos psicológicos, relacionamentos não saudáveis podem envolver ainda violência física. Esta é inaceitável, e pretexto suficiente para pôr um fim definitivo à relação.
Ajuda — Medo, baixa autoestima, dependência emocional ou a esperança de que o convívio possa melhorar, muitas vezes desencoraja sair de uma relação prejudicial. Buscar ajuda, portanto, para conseguir romper o vínculo e seguir o caminho de uma vida saudável e equilibrada talvez seja o melhor a fazer.