Por Redação Foz
Ninguém ignora a importância da água para a existência da vida e do planeta como um todo. Mas quando se trata de bebê-la, as pessoas, normalmente, preferem líquidos artificiais. Que não a substituem, como se pode pensar. Para funcionar bem e se manter saudável, só a água fornece o que o corpo precisa. A proveniente do coco e de frutas como melancia, por exemplo, são igualmente excelentes.
Aprende-se desde cedo que beber água visa a manter o organismo hidratado para que a perda constante de líquido — pelo suor, pela urina, pela respiração etc. — seja suprida na mesma proporção. O corpo não acumula água para o futuro, e o desequilíbrio hídrico leva à desidratação e, por tabela, ao comprometimento de órgãos vitais, como rins, cérebro, intestino, além do sangue e do sistema vascular.
Pele viçosa e jovem precisa de água
Quando se quer adivinhar a idade de alguém, a pele — especialmente a do rosto — costuma ser a principal referência. E a razão pela qual quase sempre o palpite a aumenta é a ingestão insuficiente de água ao longo da vida. Estudos comprovam que o aparecimento precoce de linhas de expressão e de rugas decorre do ressecamento da tez — e da cútis, em geral —, causado pela desidratação.
Logo, pele naturalmente bonita, viçosa e jovem — de dentro para fora — requer água. E a ingestão adequada associada a uma dieta saudável é o próprio elixir da juventude. Quanto à quantidade diária a ser ingerida, não é fácil precisar. Certas variáveis devem ser consideradas, como peso, altura, clima, atividade física etc. Porém, dois litros por dia é uma média segura, afirmam os especialistas.
Beber água, hábito que o corpo precisa
Sede é um sinal de desequilíbrio — ou deficit — hídrico, emitido pelo organismo quando o nível de água está baixo. Porém, crítico. Ou seja, significa que ele já está desidratado. E a explicação para o aviso tardio tem relação com a ancestralidade humana. Milhares de anos atrás, era preciso andar longas distâncias em busca de água, e o corpo a retinha para que as funções vitais não parassem. E é assim ainda.
Hoje, porém, a água é canalizada, e em muitos lugares ofertada gratuitamente. Nada justifica ficar horas ou mesmo o dia todo sem bebê-la, ativando, sem saber, um mecanismo fisiológico projetado exclusivamente para garantir a sobrevivência humana em ambientes naturais adversos. E é ainda mais injustificável quando já se sabe que a desidratação contínua causa sérios danos ao corpo com o tempo.
Fotos Racool e Any Lane
Água transporta nutrientes a todas as células do corpo
Sinais de desidratação pouco evidentes
Como já abordado acima, sede é o primeiro sinal de desidratação. Seguido de outros, como urina escura e boca seca. Alguns, contudo, são menos óbvios. A dor de cabeça é um deles. Geralmente, é sentida à noite, depois de um dia inteiro sem beber água suficiente — ou nenhuma. Cabe se auto-observar. Mau hálito, pele seca e murcha, cãibras, constipação e olheiras completam a lista.
Ingerir água previne doenças
São muitos os problemas evitáveis quando se adota a ingestão de água como hábito diário. Por exemplo, a desidratação é uma das causas da insuficiência renal aguda. Ou seja, quando frequente, pode levar à falência dos rins com o passar dos anos. Não é difícil imaginar as consequências para a saúde. O processo que resulta na cistite (infecção urinária) é o mesmo. A relação abaixo apresenta outros.
Pedra nos rins — Beber água suficiente previne cálculo renal, pois evita o acúmulo de cristais nos rins, expelidos naturalmente.
Gota — Água ajuda a regular a taxa de ácido úrico no sangue, evitando que cristais se formem e se depositem nas articulações.
Enxaqueca — Um estudo recente feito com mulheres jovens mostrou uma redução significativa de crises de enxaqueca entre as que mais bebiam água diariamente.
Trombose — Cerca de 90% do sangue — ou um pouco mais — é água. Bebê-la suficientemente o deixa mais líquido e menos viscoso, regulando as substâncias responsáveis pela formação de coágulos sanguíneos, causa da trombose.
Por que o corpo precisa de água
A água representa entre 60% e 70% da composição do corpo — em mulheres, um pouco menos. E faz muito pelo organismo. Por meio da saliva, auxilia a digestão, que começa na boca. Lubrifica 80% das articulações, que, quando mal hidratadas, causam a dor articular. Os discos da coluna vertebral também precisam de água para absorver os impactos do dia a dia.
Via suor, ela regula a temperatura do corpo, mantendo-a estável em 360. Presente em mais de 90% do sangue, a água transporta oxigênio, glicose e nutrientes a todas as células do corpo. Uma pequena desidratação pode reduzir a energia e o ritmo cerebral, afetando a cognição, especialmente em idosos. Água é ainda essencial para a absorção de nutrientes e a eliminação das fezes pelo intestino.
No estômago, reduz a acidez, evitando a azia e até o surgimento de úlceras. Pulmões e vias aéreas também precisam de água para produzir muco. Com os músculos não é diferente. Desidratados — e sem que haja reposição —, perdem a eficácia após 30 minutos de atividade física. Por fim, a água ajuda a perder peso, pois melhora o metabolismo, estimulando os hormônios que regulam a saciedade.
Riscos da ingestão excessiva
Nada em excesso faz bem. Inclusive água. Exagerar na quantidade leva à intoxicação hídrica e, em casos extremos, até a morte. Felizmente, é difícil alguém beber água de mais sem querer. Mas ocorre. Em 2005, 13% dos corredores que concluíram a maratona de Boston estavam com hiponatremia (sódio baixo) por ingestão de água livremente, mostrou um estudo publicado no New England Journal of Medicine.
Os sintomas mais comuns da intoxicação hídrica são náusea, vômito, fraqueza, cãibra, confusão mental, dor de cabeça e até convulsão. O excesso de líquido dilui partículas essenciais do sangue, especialmente o sódio, causando a hiponatremia. No limite, pode provocar edema (inchaço) cerebral. Portanto, não ingerir mais água do que o corpo precisa e os rins podem eliminar é certeza de saúde.
Dicas importantes
Jejum — A razão pela qual o corpo precisa de água em jejum pela manhã é que, em geral, acorda-se levemente desidratado. Ademais, é também uma maneira saudável de começar o dia.
Ingestão — Distribuir a ingestão de água ao longo do dia é o mais sensato. Não é eficaz beber um litro de uma vez de manhã e outro cinco ou seis horas depois.
Antes de dormir — Deixar para beber água muito próximo à hora de deitar costuma resultar em urinar mais vezes de madrugada, atrapalhando o sono, o que não é bom. Assim, o ideal é tomar o último copo d’água até três horas antes de ir para a cama. Caso haja vontade de molhar a boca, pequenos goles são suficientes.
App — Contar o número de copos d’água bebidos ao longo do dia é o mais indicado. Como se diz por aí, quem não anota esquece. Pode ser por aplicativo — há muitos gratuitos —, ou simplesmente colar uma folha de papel na porta da geladeira e ir marcando.
Olho no xixi — Além de idas mais frequentes ao banheiro, a cor da urina deve estar levemente pálida e transparente. Se estiver totalmente branca, significa ingestão de água em excesso.
