Escuta ativa é habilidade-chave nas relações e no trabalho

Imagem de um homem e uma mulher conversando no ambiente de trabalho, simbolizando a ideia de uma escuta ativa.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por Redação Foz

Saber ouvir virou diferencial em ambientes que exigem cooperação, negociação e convivência. A escuta ativa, antes associada à terapia ou à mediação de conflitos, hoje é vista como competência essencial em qualquer relação — de casais a equipes de projeto. Num cenário de falas sobrepostas e escutas apressadas, quem ouve com qualidade ajuda a evitar mal-entendidos e a melhorar as conexões.

“Para que o diálogo (ou escuta ativa) seja efetivo, é imprescindível que as partes envolvidas estejam abertas a ouvir e serem influenciadas”, afirma o psicólogo clínico Luiz Hanns em um vídeo curto no Youtube. De acordo com ele, diálogo não é sermão, ameaça, bronca, conselho ou chantagem emocional. É uma troca em que há abertura mútua para ouvir, refletir e, se necessário, rever posições.

Como funciona a escuta ativa

O conceito parte de um princípio simples: ouvir de forma engajada e com foco total no que está sendo dito, sem interrupções, julgamentos ou respostas automáticas. O que inclui sinais verbais e não verbais. “A escuta ativa exige uma presença real na conversa. A pessoa não apenas ouve, mas demonstra que está ouvindo”, destaca um artigo publicado na Asana, uma empresa de gestão para terceiros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A escuta ativa ganhou espaço no trabalho por contribuir com um ambiente mais colaborativo. Em reuniões, ela evita atropelos e repetições. Em processos de feedback, reduz a defensividade. Já em contextos de liderança, reforça confiança e empatia. “Praticar escuta ativa é dedicar atenção e energia ao que o outro está dizendo. Evite fazer comentários enquanto estiver escutando para entender”, afirma o texto da Asana.

Entender o outro antes de responder

No plano pessoal, a prática contribui para o entendimento genuíno entre pessoas com repertórios e ritmos distintos. Quando há disposição para escutar de fato, conflitos perdem força e surgem pontos de conexão antes invisíveis. “Se um lado apenas fala, sem escutar, não há diálogo. Há monólogo disfarçado”, aponta Hanns, acrescentando que o verdadeiro diálogo é uma via para construir respeito mútuo e compreensão.

O artigo da Asana lista técnicas simples para incorporar a escuta ativa no cotidiano. Entre elas estão: manter contato visual, evitar distrações, não interromper, repetir com outras palavras o que foi dito e fazer perguntas abertas. Tais comportamentos mostram engajamento e reforçam a percepção de que o outro está sendo compreendido. “Faça perguntas específicas cujas respostas vão além do sim ou não”.

Foto Freepik
Imagem de casal simulando comunicação através de telefone de lata sobre fundo amarelo
Escuta ativa é troca bidirecional

Erros que enfraquecem a escuta ativa

Outra recomendação importante é evitar “preparar a resposta enquanto o outro fala”. A postura transforma a escuta em espera para falar, esvaziando o vínculo que poderia se formar. Para Hanns, o diálogo só acontece quando há troca real, o que inclui a possibilidade de mudar de ideia ao longo da conversa. “Não se trata de um monólogo ou imposição, mas de uma troca bidirecional”, afirma.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Muitas vezes, quem diz estar aberto ao diálogo, na prática, quer apenas impor uma visão. “Broncas, súplicas, ameaças ou discursos emocionais não são diálogo. Mesmo que peçam ‘vamos conversar’, não há disposição para escutar o outro de verdade”, afirma Hanns, autor do livro A equação do casamento. Ele diz que atitudes assim confundem a escuta ativa e fazem com que ela perca sua essência e eficácia.

Liderança e comunicação de qualidade

No ambiente de trabalho, líderes que praticam escuta ativa tendem a identificar conflitos com mais rapidez, dar devolutivas mais eficazes e criar equipes mais autônomas. Já em contextos de pressão, escutar com qualidade permite respostas mais ajustadas e menos impulsivas. Posturas assim também contribuem para decisões mais ponderadas, ambientes menos reativos e relações profissionais mais colaborativas.

A escuta ativa também favorece a construção de acordos, porque cria um campo comum de entendimento. Ao se sentir ouvido, o outro relaxa a postura defensiva, aumentando a chance de um desfecho cooperativo, mesmo quando há divergências. Conforme resume o artigo da Asana, “a escuta ativa ajuda as pessoas a se entenderem antes mesmo de concordarem”.

Escutar é um modo de se relacionar

Mais do que uma técnica, a escuta ativa é uma postura relacional. Supõe abertura, interesse genuíno e disposição para ser tocado pelo que o outro expressa. Ela demanda prática, mas pode ser desenvolvida com pequenas mudanças de comportamento, que, com o tempo, aprimoram a qualidade das interações e transformam o modo como se conduzem conversas, decisões e acordos.

Em contextos marcados por sobreposição de falas e comunicação apressada, parar para escutar se tornou ato pouco comum — e, por conseguinte, valioso. Como sugere Hanns, o diálogo verdadeiro não se mantém sem escuta ativa dos dois lados. Caso contrário, as conversas escorregam para monólogos encadeados, onde cada um fala, mas quase ninguém compreende ou se deixa afetar.

PUBLICIDADE


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ir para o topo
error: Conteúdo protegido.
Política de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a você a melhor experiência possível. As informações dos cookies são armazenadas no seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site, além de ajudar nossa equipe a entender quais seções você achou mais interessantes e úteis.