Por Redação Foz
Ficar sozinho por períodos curtos, sem televisão, celular ou redes sociais, pode ser mais benéfico do que parece. A ciência indica que dedicar momentos de introspecção intencional para escrever pensamentos ou registrar motivos de gratidão, fortalece a saúde mental e amplia a sensação de bem-estar. Mais do que afastamento, trata-se de cortar apelos externos e voltar-se para dentro de si mesmo.
De acordo com um artigo publicado na Harvard Health Publishing, que reúne pesquisas em psicologia positiva, cultivar a gratidão em momentos reservados pode aumentar a satisfação com a vida e até melhorar indicadores de saúde física. “Reconhecer o que existe de positivo ao redor ajuda a reforçar a perspectiva e fortalece a resiliência emocional”, destacam os autores.
Práticas que estimulam reflexão e gratidão
Práticas simples, como escrever em um diário, por exemplo, contribuem, segundo o artigo, para processar experiências e compreender melhor como cada situação afeta o estado interno. “O simples ato de registrar o que deu certo ou o que despertou agradecimento trouxe efeitos mensuráveis na saúde”, afirmam os pesquisadores, com base nos relatos dos participantes do estudo.
O estudo cita ainda a prática da presença como mais um benefício de ficar sozinho. Parar alguns minutos por dia para estar atento ao agora reduz a dispersão e favorece maior clareza. “Conforme se torna um hábito recorrente, o ganho aumenta”, diz o estudo. Portanto, dedicar períodos a si próprio com um propósito definido tende a gerar mudanças duradouras no estado emocional.
Nem sempre é fácil desligar do ritmo diário
Embora o mais indicado seja escrever os pensamentos em um diário, nem sempre há tempo ou disposição. A gravação em áudio é uma alternativa, mas apenas pensar em alguém por quem se sente gratidão já pode produzir efeito positivo. “Trazer uma pessoa à mente promoveu sentimentos de bem-estar nos participantes”, diz o artigo. Para surtir efeito, porém, é preciso estar desconectado de distrações.
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Ficar sozinho com propósito pede tempo
Identificar incidentes específicos que chatearam ou estressaram, listando todos os sentimentos associados a eles — como raiva, decepção, constrangimento, sentimento de desvalorização etc. —, também deve ser anotado no diário. Pois permite que se registre como foram superados e o que foi feito para manter a calma, se animar e seguir em frente.
Ficar sozinho também favorece a meditação
Ficar sozinho também pode ser uma oportunidade para meditar. A publicação destaca que exercícios de respiração ou de concentração em estímulos simples, como o som do vento ou o contato com a luz do sol, ampliam a sensação de presença. A prática, quando repetida, foi associada a níveis mais altos de tranquilidade, disposição e de maior autoconhecimento.
Criar condições adequadas favorece o resultado. Escolher um ambiente sem interrupções — inclusive ao ar livre —, desligar o celular e definir um tempo específico ajuda a transformar a experiência em prática regular. O estudo ressalta que a constância é mais importante do que a duração, já que efeitos positivos surgiram mesmo entre quem manteve o hábito apenas uma vez por semana.
Ficar sozinho fortalece a relação consigo mesmo
Embora escolher ficar sozinho por alguns momentos pareça simples, enfrentar o silêncio pode causar estranhamento inicial. O artigo observa que muitas pessoas têm dificuldade em se desconectar de estímulos externos. Assim, a recomendação é começar devagar, com metas modestas, até que reservar um período para si com intenção se torne natural e parte da rotina.
O gesto, portanto, de reservar algumas horas por dia ou por semana para estar só é mais do que uma pausa: é uma ferramenta de bem-estar. É escolher olhar para dentro, reconhecer o que já existe de positivo e dar ao corpo e à mente a chance de se recompor. O resultado, apontam os estudos, é uma vida mais equilibrada, satisfeita e uma relação melhor com o mundo ao redor.
