Garrafinhas de água; o risco invisível que muita gente ignora

Close-up de garrafinhas de água lado a lado sobre uma mesa.
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Por Redação Foz

O hábito de carregar garrafinhas de água reutilizáveis ao longo do dia parece saudável e inofensivo. Mas estudos mostram que, sem limpeza adequada, os recipientes podem se transformar em um reservatório de micro-organismos e substâncias nocivas. A aparência cristalina da água costuma mascarar o que cresce, de fato, no interior das garrafas usadas de forma contínua.

Pesquisadores da Universidade de Henan, na China, analisaram o interior de garrafinhas e constataram níveis muito elevados de contaminação bacteriana. O estudo apontou que o acúmulo é rápido e persistente, mesmo em garrafas lavadas apenas com água. A equipe concluiu que o ambiente úmido e o contato constante com a boca criam condições ideais para o desenvolvimento de colônias microbianas.

O que revelam as pesquisas sobre garrafinhas de água

O levantamento reforça a percepção de que a água armazenada por longos períodos perde parte da segurança esperada. Os especialistas observaram que bactérias como E. coli e Staphylococcus aureus foram encontradas em quantidade suficiente para causar infecções gastrointestinais e irritações de pele. O risco aumenta quando a garrafa é exposta ao calor, o que acelera a proliferação microbiana e a degradação do material plástico.

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Outra pesquisa, agora da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, citada em artigo no site Earth.com, investigou os hábitos de consumo de pessoas que usam garrafas plásticas de forma contínua. O estudo revelou que uma parcela expressiva dos participantes não descarta a água restante do dia anterior e apenas completa o volume no novo uso. O costume, aparentemente inofensivo, amplia o risco de ingestão de micro-organismos.

Como as garrafinhas de água se contaminam

Os pesquisadores de Purdue também identificaram que grande parte dos usuários acredita que uma limpeza ocasional é suficiente. No entanto, o contato repetido entre o recipiente, as mãos e o ambiente cria uma cadeia de contaminação constante. Garrafas usadas em academias e escritórios, por exemplo, apresentaram níveis de micro-organismos comparáveis aos encontrados em utensílios de cozinha não higienizados.

Foto Freepik
Imagem de bolhas de água sob a lente de um microscópio.
Limpeza diária evita colônia de bactérias

Um levantamento do site especializado Water Filter Guru chegou a resultados semelhantes. Após analisar dezenas de garrafinhas de água reutilizáveis, a equipe encontrou mais de 20 mil unidades formadoras de colônia por centímetro quadrado em alguns exemplares. O número é superior ao observado em tampas de vasos sanitários domésticos, segundo a publicação.

Micro-organismos em expansão rápida

De acordo com a análise, o problema não está apenas no acúmulo de bactérias, mas também na liberação de partículas plásticas. O desgaste provocado pelo uso repetido e pela exposição ao calor libera fragmentos microscópicos que acabam misturados à água ingerida. O impacto das micropartículas no organismo humano ainda está em estudo, mas há indícios de que possam interferir em processos metabólicos.

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Garrafas fabricadas com materiais mais resistentes, como aço inox ou vidro, reduzem o risco de contaminação, desde que higienizadas corretamente. Especialistas recomendam lavar o recipiente com sabão neutro e escova apropriada após cada uso, além de deixar secar completamente antes de guardá-lo. Água quente e sabão são mais eficazes do que detergentes antibacterianos de uso eventual.

Riscos do uso prolongado

O hábito de reutilizar garrafinhas plásticas, associado à ideia de praticidade, muitas vezes ignora o risco microbiológico envolvido. Embora sejam leves e convenientes, tais recipientes não foram projetados para uso prolongado. A estrutura do plástico tende a se degradar com o tempo, favorecendo o acúmulo de resíduos invisíveis, odores persistentes e possíveis agentes patogênicos.

Além do impacto à saúde, a reutilização excessiva de plásticos de uso único agrava o problema ambiental. Garrafas descartadas incorretamente compõem grande parte dos resíduos coletados em rios e praias. A combinação de calor, sol e atrito faz com que se desfaçam em fragmentos minúsculos, que acabam entrando na cadeia alimentar aquática e retornando ao consumo humano.

Limpeza e prevenção diária

Os estudos apontam que garrafinhas de água precisam de cuidados equivalentes aos de qualquer utensílio de uso pessoal. A limpeza diária, o descarte periódico e a escolha de materiais duráveis reduzem a exposição a agentes biológicos e químicos. Portanto, pequenas mudanças de hábito podem eliminar o risco invisível que acompanha o gesto corriqueiro de matar a sede.

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