Por Redação Foz
Segurança alimentar tem a ver com qualidade de vida e, consequentemente, saúde. E consiste basicamente em adotar certas medidas para garantir alimentos livres de contaminação. Mas, quais são elas? O armazenamento correto e a água utilizada para lavá-los são algumas delas. Não guardar a comida duas horas depois de pronta também não é uma boa prática.
Princípios da segurança alimentar
Segundo a Nutrition Reviews, revista científica especializada em nutrição humana e segurança alimentar, a adoção de medidas preventivas visa a evitar a contaminação dos alimentos por organismos e microrganismos patogênicos, como vírus, bactérias e parasitas — principais agentes causadores de intoxicação, provocando diarreia, náusea, vômito, febre e dores abdominais.
E a falta de higiene pessoal e do alimento é a causa principal de todas elas. O armazenamento inadequado, a ingestão de alimentos crus ou mal cozidos e a contaminação cruzada — quando patógenos de um alimento contaminado passam para um alimento não contaminado — também podem provocar infecção intestinal por E. coli e doenças graves como hepatite A, que pode ser fatal.
Como garantir alimentos livres de riscos
Lavar bem as mãos antes de tocar os alimentos é o primeiro cuidado que se dever ter. Aparentemente óbvia, a recomendação se justifica por ser muitas vezes deixada de lado na hora de preparar as refeições — pressa, descaso e esquecimento são algumas das razões. Além das mãos, os utensílios de cozinha e os recipientes que serão usados para guardar a comida também devem ser lavados.
Mas não é só. De acordo com a Food Safety Magazine, publicação online especializada em segurança alimentar, separar os alimentos crus dos cozidos — para evitar a contaminação cruzada —, cozinhá-los completamente até matar os patógenos e mantê-los em temperaturas adequadas são medidas igualmente importantes para se alcançar o nível máximo em segurança alimentar.
Não é aconselhável, por exemplo, deixar o arroz em temperatura ambiente por mais de duas horas depois de cozido, pois favorece o crescimento dos esporos do bacillus cereus, bactéria responsável pela produção de uma grande quantidade de toxinas, e comumente encontrada em cereais, leites e derivados, carnes, alimentos desidratados e temperos acondicionados de forma inadequada.
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Armazenamento adequado é importante para garantir alimentos seguros
Causas da contaminação cruzada
A contaminação cruzada pode ocorrer de muitas formas. Até mesmo a partir de bactérias naturais de frutas e vegetais. Portanto, é importante não só que sejam lavados, mas também o recipiente usado para colocá-los deve ser higienizado regularmente para garantir alimentos livres de riscos. Evite ainda utilizar a mesma tábua para cortar carnes cruas e outros alimentos crus ou já prontos.
Mitos sobre a segurança de alimentos
Um mito amplamente compartilhado e, em geral, aceito como verdade é o de que alimentos orgânicos são mais seguros e saudáveis do que os não orgânicos. É fato que os primeiros são produzidos sem a utilização de pesticidas e herbicidas sintéticos. Mas não significa que não estejam contaminados por patógenos. Portanto, devem ser manuseados e higienizados com o mesmo rigor.
É um equívoco bem comum achar que alimentos congelados são menos saudáveis do que frescos. Embora esteja comprovado que alguns nutrientes são perdidos durante o congelamento, seu valor nutritivo ainda permanece alto. E mais: a ideia de que alimentos crus são mais benéficos do que cozidos; e de que consumi-los após o prazo de validade não representa risco à saúde, são igualmente falsas.
Lugar de comida é na geladeira
Embora muitos pensem que não, mas descongelar carne em temperatura ambiente não é um método cem por cento seguro. Segundo artigo publicado na BBC Good Food, quando descongelada assim as bactérias se proliferam mais rapidamente na superfície da carne e podem colocar a saúde em risco. O mais indicado é descongelá-la no micro-ondas ou na geladeira, na parte inferior.
Confiar nos sentidos para saber se a comida está estragada não deve ser adotado como norma. Nem todos os alimentos exalam cheiro ruim ou apresentam mofo quando ficam impróprios para o consumo. Diz a regra que a comida deve ser guardada na geladeira após duas horas em temperatura ambiente ou então jogada fora. Em dias quentes, o período seguro é de apenas uma hora.
Acredite: muita gente lava a carne crua antes de cozinhá-la, achando ser eficaz para remover as bactérias. Além de totalmente ineficaz, o hábito é um risco à segurança alimentar. Ao enxaguar a carne crua, gotículas de água podem espalhar os patógenos presentes na superfície dela em todo o ambiente, contaminando não só a cozinha, mas utensílios, bancada, pia e até mesmo as mãos.
Alimentos livres de riscos e consumo consciente
A princípio pode parecer que não, mas segurança alimentar tem estreita relação com o consumo consciente. Afinal, o descarte de alimentos estragados ou fora da validade resulta em desperdício e, por tabela, pressão sobre os recursos naturais. Planejar a compra dos alimentos e as refeições e fazer o armazenamento correto — quando mal armazenados os alimentos estragam mais rápido — são cuidados primordiais.
É bom lembrar que a segurança alimentar é responsabilidade de todos, consumidores, produtores, varejistas e órgãos de fiscalização governamentais e não governamentais. A conscientização e a atuação dos agentes envolvidos é fundamental para garantir alimentos livres de riscos para o consumo. Afinal, a qualidade de vida das pessoas tem impacto direto na saúde pública do país.