Motivação para trabalhar vem quando se muda a forma de pensar

Imagem de um homem jovem branco a caminho do trabalho cheio de motivação para trabalhar.
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Por Redação Foz

É comum associar trabalho à obrigação. Para muitos, levantar cedo, bater ponto e cumprir tarefas são gestos automáticos que mantêm contas pagas, mas não trazem satisfação nem perspectiva. O problema, em grande parte, está na forma como se encara o início da vida profissional. Trabalha-se sem um plano, por impulso ou pressão. E o cansaço chega rápido — por falta de uma motivação para trabalhar que faça sentido.

“Grande parte dos jovens começa a trabalhar acreditando que isso basta para tocar a vida adulta”, afirma o educador financeiro Gustavo Cerbasi em vídeo no Youtube. “Mas é aí que mora o erro. Trabalho, por si só, não sustenta escolhas como ter filhos, comprar carro ou financiar imóvel. É preciso tempo, reserva, planejamento”. Do contrário, o salário desaparece antes de consolidar qualquer segurança ou estabilidade real.

Consequências de um começo apressado

Segundo o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas da Serasa, mais de 77 milhões de brasileiros estavam inadimplentes em maio de 2025. Jovens entre 18 e 25 anos representavam 11,6% do total, e a faixa de 26 a 40 anos somava 33,9%. Os dados sugerem que decisões financeiras precoces, tomadas logo após o ingresso no mercado de trabalho, comprometem a estabilidade dos anos seguintes.

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A pressa por conquistas materiais gera um ciclo difícil de quebrar. Financiamentos longos, despesas fixas altas e dependência do salário imediato reduzem a margem de manobra. “Quando a pessoa percebe, está presa a um estilo de vida que exige um tipo de trabalho que ela não escolheu — mas do qual já não pode abrir mão”, observa Cerbasi. A rotina vira obrigação permanente.

Pressões minam a motivação para trabalhar

Em contextos assim, é natural que a motivação para trabalhar enfraqueça. A jornada deixa de ser um instrumento de crescimento e passa a ser uma engrenagem de sobrevivência. Não é raro que o trabalho se torne o centro de todas as decisões, mesmo quando já não traz retorno proporcional ao esforço. A rotina se impõe, o entusiasmo some e o tempo passa sem que nada mude de fato.

Mudar a forma de pensar, porém, pode fazer a diferença. A motivação para trabalhar se fortalece quando se compreende que o trabalho serve antes de tudo como alavanca pessoal. “Trabalhar para si é diferente de trabalhar para manter as contas”, diz Cerbasi. A ideia é que cada hora trabalhada seja uma construção de liberdade futura, e não apenas o pagamento de uma dívida presente.

Foto drobotdean / Freepik
Imagem de um homem jovem branco sentado à mesa do escritório diante do computador com o olhar pensando.
Trabalho é etapa, não destino

Satisfação no trabalho está ligada ao senso de direção

A pesquisa Global Workforce Hopes and Fears da PwC, com mais de 54 mil trabalhadores, mostra que 38% dos jovens relatam falta de motivação. Entre os motivos, aparecem o desalinhamento entre trabalho e propósito e a sensação de que o esforço não gera retorno claro. O dado reforça a tese de que trabalhar sem direção mina o ânimo e fragiliza o vínculo com a própria trajetória.

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A reversão do quadro exige um tipo diferente de planejamento. É preciso conter gastos, evitar dívidas desnecessárias e começar a investir — mesmo com valores pequenos. “Poupar é mais importante do que ganhar muito”, destaca Cerbasi. “Quem gasta menos do que ganha cria independência. Quem gasta tudo depende do próximo pagamento. E isso tem impacto direto na motivação.”

Desânimo cresce quando falta controle sobre o futuro

Sem mudança de pensamento, o risco é cair num ciclo de desgaste. Relatório do McKinsey Health Institute com mais de 30 mil trabalhadores mostrou que ambientes tóxicos e pressão contínua estão entre os principais gatilhos de burnout (esgotamento físico e mental). A falta de controle sobre o próprio futuro amplia o impacto da rotina e agrava o desânimo. Aos poucos, o trabalho consome mais do que oferece em troca.

Por outro lado, quem consegue ver o trabalho como etapa e não como destino tende a manter o foco por mais tempo. “É diferente acordar sabendo que se está construindo uma reserva de escolhas”, diz Cerbasi. “Trabalhar cansa, claro, mas cansa menos quando se sabe onde aquilo vai dar”. Ou seja, o senso de direção reduz a ansiedade, dá perspectiva e reforça a motivação mesmo nas fases mais difíceis.

Planejamento sustenta a motivação para trabalhar

A motivação para trabalhar, portanto, não vem de frases prontas nem de promessas irreais. Ela nasce da consciência de que o trabalho, bem direcionado, é uma ferramenta de libertação — e não de aprisionamento. O problema não é o esforço, mas a ausência de projeto. Sem objetivo claro, o tempo se esgota em tarefas automáticas que não constroem futuro nem sustentam sentido no presente.

Trabalhar para si é o que muda a lógica. Quando o salário serve para formar patrimônio, comprar tempo e ganhar autonomia, até as tarefas repetitivas ganham outro peso. A jornada continua exigente, mas não se vive mais como refém dela. O trabalho deixa de ser fim em si e passa a ser meio para ampliar escolhas e garantir segurança e independência no futuro.

Autonomia se constrói desde o início

É possível, ao longo do tempo, reduzir a dependência do emprego obrigatório. Mas desde que se escolha, no início da vida profissional, construir tal possibilidade. Não se trata de desistir do trabalho, mas de fazer com que ele sirva a algo maior do que pagar boletos. No fim, quem trabalha sem pensar no futuro acaba virando funcionário do passado — sem controle, sem reservas, sem direção.

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