Por Redação Foz
Não receber educação financeira durante a fase escolar talvez seja a principal razão pela qual a maioria das pessoas enfrenta dificuldades para gerir o próprio dinheiro ao longo da vida. Cursar uma faculdade, obter um diploma e conseguir um bom emprego não é requisito para ser bem-sucedido na administração das finanças pessoais. E renda sem planejamento resulta quase sempre em dívidas e falência.
Quem tem uma inclinação natural voltada para o enriquecimento pessoal, tende a buscar conhecimento sobre finanças e investimentos por conta própria. Atualmente, há farta literatura disponível no mercado, além de cursos e canais no Youtube de especialistas no assunto. Aos demais, resta, na melhor das hipóteses, a poupança, ou seguir as recomendações do gerente do banco — sempre mais vantajosas para o banco.
Educação financeira faz falta
“A principal causa da luta financeira das pessoas é que elas passaram anos na escola e não aprenderam nada sobre dinheiro”, afirma o investidor e escritor Robert Kiyosaki, autor do best-seller “Pai rico, pai pobre”. E o problema é global. De acordo com dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na abreviação em inglês), a educação financeira é baixa inclusive em países-membros do G7 e G20.
Na Itália, por exemplo, cerca de 20% dos alunos não têm qualificação básica em educação financeira. Já no Brasil, o percentual é superior a 40%. “O analfabetismo financeiro generalizado indica que a próxima geração de adultos estará mal preparada para enfrentar os desafios e as mudanças que estão por vir”, aponta um estudo publicado na Revista de Educação Financeira e Bem-Estar da Universidade de Cambridge.
Foto Jack Moreh
Base financeira leva à riqueza
Educação financeira informal
A baixa oferta de educação financeira nas escolas se contrapõe ao vasto e variado conteúdo sobre investimentos oferecido informalmente na internet. Prova de que há carência de ensino, e, ao mesmo tempo, uma percepção crescente das pessoas quanto à necessidade de aprender mais acerca de como lidar melhor com o dinheiro. O empreendedor Jaspreet Singh é um dos que usam suas redes sociais para promover a inclusão financeira.
Com quase dois milhões de inscritos em seu canal no Youtube, Jaspreet é autodidata. Embora tenha cursado o ensino básico e universitário nos Estados Unidos, não recebeu nenhuma educação financeira formal. Filho de pais imigrantes da Índia, começou a investir em imóveis. Em seguida, criou o Minority Mindset, um programa de enriquecimento com foco em mentalidade. Abaixo, o passo a passo do método de Jaspreet.
Método Jaspreet
Passo 1
Mentalidade certa — Para Jaspreet, mentalidade certa — ou mentalidade minoritária — consiste em pensar diferente. Em resumo, significa não agir como a maioria ao lidar com dinheiro. “Quem faz como todo mundo, vive como todo mundo: endividado, infeliz, insatisfeito com o trabalho e com zero ou baixo investimento”. Tão importante quanto se distinguir da massa, é acreditar ser possível obter sucesso financeiro. Julgar a si mesmo como incapaz de enriquecer, é 100% garantido não conseguir. Portanto, construir autoestima e confiança é fundamental. O passo seguinte é evitar distrações e concentrar as ações em aprendizagem. Assistir a vídeos no Youtube, ler livros sobre investimentos e liberdade financeira e aprender com os próprios erros costumam ser os melhores professores informais de educação financeira para iniciantes.
Passo 2
Base financeira — A base financeira (ou reserva de emergência) é uma quantia inicial a ser juntada, sobre a qual a riqueza deverá ser construída. O valor deve corresponder a 6 ou 12 meses do custo fixo mensal que se tem, e ser acumulado no menor prazo possível. Nesta fase de acumulação, deve-se priorizar também o pagamento de dívidas de empréstimos ou cartão de crédito, caso existam — e sem contrair novas, decerto. De acordo com Jaspreet, cartões de crédito são ferramentas financeiras, e devem ser usados em troca de lucro com juros e/ou benefícios — cashback, milhas, descontos etc. —, e não para gerar dívida com juros, quando se gasta além do limite. Portanto, a fatura deve sempre ser paga integralmente e em dia.
Passo 3
Condução do dinheiro — Depois que a base financeira é feita e as dívidas são equacionadas, é hora de estabelecer destinos para o dinheiro. Segundo Jaspreet, as razões para juntá-lo são três: ⅰ) fazer a reserva de emergência; ⅱ) uma compra grande (casa, carro, viagem etc.); e ⅲ) para investir. “Poupar apenas não torna ninguém rico; é preciso investir”. Ele sugere a adoção da regra 75, 15, 10. Ou seja, da renda, 75% é o máximo que se pode gastar; 15% é o mínimo a ser investido; e 10% o mínimo para a reserva, não importa se o ganho anual é de R$ 40 mil, R$ 400 mil ou R$ 4 milhões. A gestão dos percentuais vai determinar se a jornada até a liberdade financeira será curta ou longa. Por exemplo, ao diminuir as despesas, sobra mais para investir. Assim, o enriquecimento é mais rápido.
Passo 4
Vida sem juros — Viver sem pagar juros é outro mandamento do método de Jaspreet para a construção de riqueza. E a fórmula que ensina para conseguir é simples: antes de comprar algo — uma roupa, uma bolsa, um telefone etc. —, a pessoa deve se perguntar se tem dinheiro para comprar cinco iguais. Se a resposta for não, não deve comprar. A única exceção é a compra da casa própria — se for a primeira. Para ele, compras parceladas são a armadilha dos juros, pois dão a falsa impressão de que há folga para gastar.
Passo 5
Aumento da renda — Por fim, se renda menos despesa é igual a investimento e reserva, ao aumentar a renda sem elevar os gastos tem-se mais dinheiro para investir e guardar. Portanto, buscar fontes adicionais de renda é fundamental para o modelo Jaspreet de enriquecimento, e complementa todas as etapas anteriores.
