Por Redação Foz
Ao longo do tempo, é inevitável ter de lidar com mudanças, sejam profissionais, pessoais, geográficas, enfim. Apesar de muitas vezes causarem desconforto — pelo menos a princípio —, elas quase sempre abrem caminho para novas oportunidades e descobertas, levando ao amadurecimento e, por tabela, à construção de uma vida alinhada a propósitos mais afins.
Querer estabilidade e ter tudo sob controle é um anseio comum. Porém, ilusório. Como se diz por aí, a incerteza é a única certeza na vida. Mesmo assim, a reação inicial à mudança costuma ser de resistência, associando-a a uma ameaça — e nunca a um desafio de crescimento. Medo e ansiedade são alguns dos sentimentos por trás do inconformismo, mas superá-los é a primeira condição para seguir adiante.
Mudanças exigem prevenção
À exceção das mudanças espontâneas, provocadas por razões íntimas, — em relação as quais, em geral, se tem um plano prévio elaborado —, todas as demais derivam de causas aleatórias, as temidas adversidades. As que atingem a estabilidade profissional costumam ser as que mais afligem as pessoas. Não dá para saber quando e se vão ocorrer, mas é possível prevenir-se para sofrer menos caso aconteçam.
Uma das formas de se precaver é guardar dinheiro. Pelo menos, o suficiente para cobrir as despesas durante uns seis meses, no mínimo. Evita-se assim a pressa — e o estresse decorrente — para vencer o revés profissional. Se dedicar a aprender sobre áreas de interesse nas quais se deseja trabalhar ou empreender é outro bom antídoto contra as incertezas. Ter opções é uma vantagem e tanto. Abaixo, pontos adicionais.
Superação — Encarar as mudanças como desafios exige abandonar ideias fixas e superar sentimentos limitantes, como o medo. Identificar o que os causa e dominá-los é fundamental.
Comportamento — Desenvolver uma relação construtiva consigo mesmo e com a vida é decisivo para superar quaisquer adversidades ou mudanças.
Comodismo — Parafraseando Albert Einstein, não dá para querer resultados diferentes agindo sempre igual. Mudanças na vida — não importa em que área — requerem não ter receio de assumir riscos. Calculados, claro.
Fé em si mesmo — Desenvolver a autoconfiança dá a segurança necessária para enfrentar mudanças. Investir em conhecimento — via cursos ou por conta própria — aumenta muito a convicção para seguir adiante.
Ajuda — Nem todos conseguem lidar com mudanças sem apoio especializado. Admitida a necessidade, recorrer à ajuda é a decisão acertada.
Foto Jack Moreh
Mudanças são inevitáveis e necessárias
Adaptar-se a mudanças é um diferencial
Mais do que um trunfo para enfrentar circunstâncias adversas, a capacidade de se adaptar tornou-se um diferencial no mercado de trabalho. Segundo a Robert Half, uma das maiores empresas de recrutamento profissional do mundo, a adaptabilidade é hoje uma das aptidões mais valorizadas entre as chamadas soft skills, um conjunto de habilidades pessoais muito apreciado pelas empresas.
O motivo tem relação com a dinâmica atual dos negócios, em constante transformação e inovação, exigindo perfis de mão de obra cada vez mais dispostos e aptos a lidar com diferentes cenários. Ademais, como tendem a encarar as mudanças como oportunidade para aprender e crescer, profissionais adaptáveis são naturalmente mais produtivos e resilientes frente aos desafios que novos projetos impõe.
Às vezes desistir é preciso
Às vezes, mudar implica também ter de desistir — a depender do contexto. Mas é um erro associar renúncia à fraqueza, como em geral se costuma fazer. Fraquejar é persistir insatisfeito em algo não mais desejado ou distante dos objetivos que se tem. Dar descontinuidade e aceitar que algumas batalhas não valem mais a pena ser travadas exige não apenas coragem, mas força interior.
Desistir faz ainda mais sentido quando é parte de uma estratégia ou ambição. Por exemplo, demitir-se para ingressar numa empresa que ofereça a chance de trabalhar no exterior; ou trocar um curso frustrante por outro mais em linha com as reais ou novas prioridades, e assim otimizar tempo e investimento. Vencer o medo e o conforto, porém, é decisivo para quem busca progresso pessoal.
Mudanças versus mindset
Carol Dweck, psicóloga, professora de psicologia da Universidade Stanford e escritora, descreve em seu livro best-seller “Mindset – A nova psicologia do sucesso” a existência de dois tipos de mentalidade: a fixa e a de crescimento, e como ambas reagem diante de uma circunstância ou um problema para resolver. A revelação causou uma espécie de efeito terapêutico coletivo.
Sobretudo por mostrar que o sucesso não resulta apenas de talento inato — como sempre se pensou —, mas de uma combinação de esforço, aprendizado e resiliência. Portanto, acessível a todas as pessoas. Em resumo, a conscientização sobre os mindsets (fixo e de crescimento) abriu caminho para o autodesenvolvimento ao rever os padrões mentais com os quais se lidava com desafios e mudanças.
Diferenças de mentalidade
Segundo Dweck, pessoas de mentalidade fixa creem que a inteligência e as habilidades são inatas e estáveis, não podendo ser alteradas. Veem o esforço como incapacidade. Já as de crescimento são o oposto. Encaram o empenho como oportunidade de aprendizado e progresso pessoal. Estas, em tese, se saem melhor àquelas na vida diária. Mas, como diz a autora, o mindset fixo não é imutável. Mudá-lo só depende de vontade.