Investir no envelhecimento é a chave antienvelhecimento

Mulher de cabelos grisalhos sorrindo após uma aula de ginástica ou de dança na academia
Por Redação Foz

Quando o assunto é envelhecer, deixar a vida levar, como sugere a letra de um samba popular, não indica ser o mais sensato a fazer. Genética e estilo de vida influenciam, claro. Mas chegar saudável passivamente aos 60, 70 anos e além é exceção, não regra. Sobretudo nos grandes centros urbanos. Portanto, investir no envelhecimento é a ação antienvelhecimento mais adequada e eficaz a tomar.

Até que o elixir da juventude seja de fato descoberto, não há procedimento estético nem produto — medicinal ou alternativo — capaz de retardar ou impedir o envelhecimento. E tudo bem. Lidar com naturalidade à passagem do tempo, aprender com as mudanças decorrentes, renovar-se para superá-las e ir adiante firme e melhor é de longe um conceito de beleza bem superior.

Envelhecer com saúde não requer dinheiro

Diferentemente do que se costuma pensar, longevidade com saúde e autonomia física e mental plena não requer ter muito dinheiro. A série documental da Netflix “Como viver até os 100: os segredos das zonas azuis” é a comprovação. O filme mostra pessoas simples, vivendo em cinco regiões simples espalhadas pelo mundo, com hábitos e dietas simples, desfrutando felizes a vida aos 100 anos.

E os “segredos”, na verdade, são dois: rotina ativa — física e socialmente — e dieta à base de vegetais. Que já se sabe serem há muito tempo os pilares do envelhecimento bem-sucedido. Adotá-los, porém, é o maior desafio. Os apelos na direção contrária são muitos, e resistir — com as exceções de praxe — exige, além de determinação e disciplina, senso de propósito. Ou seja, é preciso ver sentido.

Alimentação é vilã do envelhecimento

Envelhecer com saúde consiste em firmar um pacto de não agressão com o corpo e, por tabela, os telômeros — estruturas localizadas nas pontas dos cromossomos —, que têm como uma das funções, segundo a ciência, regular o envelhecimento. Quanto mais curtos e desgastados se tornam, menos longe e saudável se vai — e vice-versa. E a vilã principal não poderia ser outra senão a alimentação.

Médico especialista em gastroenterologia, formado pelas universidades Stanford e Harvard, Saurabh Sethi revelou recentemente a seus milhares de seguidores nas redes sociais cinco alimentos sobre os quais já há evidências científicas de que aceleram o envelhecimento, sobretudo da pele. Em postagens de vídeo, Sethi costuma dar dicas sobre nutrição. Abaixo, os alimentos citados.

Refrigerantes — Abundantes em açúcar e adoçantes artificiais, causam ao corpo a chamada glicação, processo que danifica o colágeno e a elastina, responsáveis pela firmeza, elasticidade e jovialidade da pele. O resultado é a formação precoce de rugas.

Batatas fritas industrializadas — A exemplo dos refrigerantes, provocam a glicação, favorecendo o aparecimento de vincos, dobras e sulcos na pele, além de inflamação e o surgimento de radicais livres. Ainda segundo Sethi, frituras em geral devem ser evitadas, sobretudo quando feitas em gordura trans e óleos não saudáveis.

Macarrão instantâneo — Alta concentração de sódio e aditivos artificiais. Causam, entre outros danos, desidratação e inchaço, dando à pele uma aparência cansada e envelhecida.

Carnes processadas — Ricas em substâncias nocivas à pele, além de aditivos associados à inflamação, também foram desaconselhadas por Sethi. Para se ter ideia, até a Organização Mundial da Saúde (OMS) as desaprova.

Barras de chocolate — Por conterem cacau processado, não oferecem nenhum benefício à saúde. Ademais, são ricas em gordura hidrogenada, farinha de baixa qualidade — quando associadas a biscoitos — e açúcares. Combinação tida como explosiva para o envelhecimento da pele.

Fotos Rawpixel
Atividade física e dieta à base de vegetais garantem envelhecimento com saúde e lucidez
Estilo de vida saudável garante longevidade feliz

Longevidade combina com comida de verdade

Não agredir o corpo com comida ruim deve ser, portanto, a ação antienvelhecimento número um. Mas os produtos alimentícios industrializados a serem evitados são muitos, não se resumem aos citados pelo médico Saurabh Sethi. Parte significativa do que está à venda nos supermercados não cabe na dieta dos que querem envelhecer saudáveis e capazes de se autogovernar até o fim.

Estes devem priorizar a ingestão de comida de verdade e simples, como ensinam os centenários da série documental da Netflix. E associá-la a um estilo de vida que igualmente favoreça o alongamento e a integridade dos telômeros, com atividades física, lúdica e cognitiva regulares; água — beber dois litros por dia é uma média segura, garantem os especialistas —; sono de qualidade etc.

Ansiedade e estresse causam envelhecimento

Pesquisas conduzidas pela bióloga Elizabeth Blackburn acerca dos telômeros, que lhe renderam o Prêmio Nobel de Medicina em 2009, mostram que ansiedade, estresse e depressão também podem afetá-los de modo negativo, encurtando-os. “A conexão entre transtornos emocionais e telômeros tem uma base de evidências científicas sólida”, afirmou em entrevista à revista Veja em fevereiro de 2020.

Jejum faz bem ao organismo

Se uma dieta natural e equilibrada é indispensável para uma longevidade saudável, a restrição calórica — ou jejum — não é menos importante. E faz sentido. A carestia nos trouxe até aqui, e não a abundância de alimentos. Até o surgimento da agricultura — há cerca de 12 mil anos —, e mesmo depois, vivia-se à beira da fome, estresse com o qual o organismo humano conviveu milhões de anos antes.

E que o tornou eficiente e pouco exigente; e avesso a excessos, ainda mais de alimentos não encontrados na natureza. Doenças de todo tipo e obesidade estão aí para comprovar. Basta olhar em volta. Ou no espelho, o que requer atenção. Embora não haja uma regra, 12 horas de jejum é satisfatório, dizem os especialistas. E é bem factível. Por exemplo, entre 20h e 8h do dia seguinte.

Mais antioxidantes e menos radiciais livres

Assim como comer demais — sobretudo comida ruim — é prejudicial à saúde e à longevidade, fazer exercício físico, embora fundamental, exige também moderação. Quando praticado em excesso, gera mais radicais livres do que antioxidantes; e o desequilíbrio a favor dos primeiros causa o envelhecimento precoce da pele. Correr além de 5 km ou fazer mais de uma hora de aula aeróbica na academia são alguns exemplos.

Tranquilidade financeira é indispensável

Planejar a aposentadoria deve ser também levada em conta quando se pensa em longevidade com qualidade de vida. Mesmo que se queira continuar trabalhando além da idade limite — por hobby ou não —, criar tranquilidade financeira para o futuro tem um valor inestimável, inclusive para a saúde. Investir em algo que gere lá na frente uma renda passiva complementar à da Previdência oficial é uma opção simples e boa.

Investimentos extras no envelhecimento

Massagem São muitos os benefícios físicos da massagem. Por exemplo, alivia a tensão; combate e previne lesões; melhora a circulação e a qualidade do sono; além de diminuir a rigidez muscular e a inflamação das articulações.

Massagem ou ginástica facial — Exercitar os músculos do rosto faz com que fiquem firmes, diminuindo ou eliminando as chamadas marcas dinâmicas — vincos, linhas da testa etc. —, causadas ao longo do tempo por maus hábitos de expressão facial. Em geral, são exercícios simples, feitos em casa com as próprias mãos. As marcas estáticas são as da idade.

Musculação — As contrações faciais decorrentes da força que se faz ao levantar muito peso acentuam as marcas dinâmicas do rosto.

Caminhar é preciso — Imagine quanto os primeiros humanos precisaram andar para ocupar todos os continentes habitáveis a partir da África dois milhões de anos atrás. Pois é, o corpo foi forjado para se movimentar. Portanto, quem não pode ou não gosta de correr, precisa caminhar.

Quando começar Nunca é tarde para começar a investir no envelhecimento. Porém, quanto mais cedo melhor, claro. De preferência, nas primeiras quatro décadas de vida.

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