Por Redação Foz
A queda de cabelo em mulheres pode estar ligada a diferentes fatores, mas o estresse tem papel de destaque em situações específicas. Médicos identificam três tipos distintos de perda de fios relacionadas a níveis elevados de tensão emocional ou física: o eflúvio telógeno, a tricotilomania e a alopecia areata. Todos apresentam mecanismos próprios e exigem atenção para diagnóstico correto.
De acordo com Daniel K. Hall-Flavin, psiquiatra da Clínica Mayo, o estresse pode atuar como desencadeador ou agravante de quadros de queda de cabelo, embora nem sempre seja o único responsável. A compreensão das diferenças entre eles ajuda a orientar a busca por cuidados adequados e a reduzir a ansiedade das pacientes diante da perda repentina dos fios. “Ao controlar o estresse, o cabelo volta a crescer”, diz.
Por que os fios caem de repente
O chamado eflúvio telógeno ocorre quando um estresse intenso empurra um grande número de raízes capilares para uma fase de repouso. Alguns meses depois, os fios começam a cair de forma súbita, geralmente durante a escovação ou lavagem. Para Hall-Flavin, a condição tende a ser temporária, mas pode causar grande preocupação devido ao volume de cabelo perdido em pouco tempo.
Outro quadro é a tricotilomania, caracterizada pelo impulso de arrancar os próprios fios, seja do couro cabeludo, das sobrancelhas ou de outras áreas do corpo. “Puxar o cabelo pode ser uma forma de lidar com sentimentos negativos como tensão, solidão, tédio ou frustração”, explica Hall-Flavin. Trata-se de um comportamento compulsivo que muitas vezes exige acompanhamento especializado.
Já a alopecia areata envolve uma reação autoimune em que o organismo passa a atacar as raízes capilares. O psiquiatra observa que “o estresse severo pode estar entre os fatores desencadeantes” do problema, que provoca falhas circulares e de difícil controle. Embora não haja cura definitiva, o quadro pode apresentar períodos de melhora, inclusive com o crescimento espontâneo de novos fios.
Queda de cabelo em mulheres é comum
A queda de cabelo em mulheres é comum. “Mais da metade de todas as mulheres terá queda de cabelo até chegar aos 70 anos”, afirma Lisa Drage, dermatologista da Clínica Mayo. De acordo com ela, trata-se de uma condição multifatorial e complexa, em que fatores biológicos, hormonais, genéticos e ambientais podem atuar em conjunto. Gravidez, menopausa, estresse e medicamentos também contribuem.
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Tratamento precoce é crucial
Drage explica que o tipo mais comum é a alopecia androgenética feminina, caracterizada pelo afinamento dos fios. “É um tipo de perda de cabelo genética e hormonal que afeta a maioria das mulheres”, explica Drage. O padrão geralmente começa no topo da cabeça e pode se agravar com o tempo, comprometendo a densidade capilar de forma perceptível.
Tratamentos levam tempo
Em geral, a alopecia androgenética é tratada com medicamentos. Uns são vendidos sem prescrição, outros só com indicação médica. “Nenhum tratamento, no entanto, é totalmente eficaz; os resultados variam de pessoa para pessoa”, afirma Drage. Os resultados também não aparecem de imediato. “O difícil sobre a queda de cabelo é que leva um tempo para que qualquer coisa realmente tenha efeito”, conclui.
Afinamento dos fios exige atenção
De acordo com Dawn Davis, também dermatologista da Clínica Mayo, a perda decorrente do afinamento dos fios costuma ser gradual. “As mulheres começam a notar que, quando fazem a divisão do cabelo, a parte de cima está um pouco mais larga ou talvez mais rala”, explica. O reconhecimento precoce, assim, é crucial para retardar ou minimizar a perda.
“O tempo é essencial. Assim que começar a notar queda de cabelo — porque os distúrbios capilares muitas vezes são sensíveis ao tempo —, você deve procurar um especialista em cabelo, como um dermatologista”, recomenda Davis. A partir do diagnóstico, o médico poderá avaliar as possíveis causas da queda, realizar exames se necessário e indicar o tratamento correto.
Conselhos para queda de cabelo
Davis também orienta mudanças simples na rotina de cuidados. “Seja gentil com seu cabelo. Lave-o com menos frequência. Evite penteados que puxem os fios com força, como tranças apertadas, rabos de cavalo muito justos ou o uso constante de toucas apertadas”, aconselha. Ela recomenda ainda que se utilize produtos suaves, indicados por dermatologistas, que não contenham substâncias agressivas.
